O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural aprovou nessa semana a inclusão de novos bens no Inventário do Patrimônio Cultural de Diamantina. O inventário é realizado continuamente e a cada ano recebe novos bens culturais na lista. Esses bens podem ser edificações, objetos, conjuntos paisagísticos, monumentos naturais e manifestações culturais, como celebrações, ritos e saberes tradicionais.
Conheça agora os novos bens incluídos na lista de Patrimônio cultural de Diamantina.
Semana Santa
A manifestação religiosa e cultural acontece anualmente, seguindo o calendário católico. Uma série de manifestações compões o rito, como a confecção dos Tapetes Devocionais, a execução dos Motetos, a Guarda Romana (bem registrado como patrimônio cultural), a Encenação da Via Sacra, o toque da matraca, o toque dos Sinos e a tradicional troca de moedas no calvário. Tradicional também são as procissões, sendo as principais a Procissão das Dores, Procissão do Encontro, Procissão do Enterro e a Procissão da Ressurreição. Grupos culturais como a Banda Euterpe Diamantinense e o Coral da Catedral Metropolitana são também importantes na celebração.
A celebração da Semana Santa contribui de forma intensa para a construção de identidades individuais e coletivas. Faz com que moradores se reconheçam como guardiões de uma tradição que transcende o tempo. E ainda atrai muitos turistas para a cidade.
Vila Arraiolo
A Vila Arraiolo de Diamantina surgiu com o desenvolvimento da fabricação dos tapetes arraiolos no município. Tal atividade teve início sob a liderança de membros da igreja católica local, no ano de 1975. Passado esse momento de gestação, as mulheres tapeceiras se organizaram e em 1979 criaram a Cooperativa Artesanal Regional de Diamantina (CARDI), para fortalecer a prática e garantir a continuidade da comercialização dos produtos. Diante da ampliação da CARDI, que em 1983 contava com cerca de 1.500 tapeceiras, presentes em 23 núcleos espalhados pelo Vale do Jequitinhonha, começou a se planejar a edificação de uma sede própria, em Diamantina, para garantir autonomia e espaço para crescimento. Pensando nisso, a CARDI, em 1982, adquiriu um terreno pertencente a Henrique Corrêa de Souza e sua esposa Raimunda Faria de Souza. A CEAG (órgão que depois se tornou o conhecido SEBRAE Minas) elaborou então um projeto, para a construção de instalações fabris e de serviços sociais, o que deu origem a conhecida Vila Arraiolo. O inventário contempla 15 edificações, sendo eles a Igreja Nossa Senhora Rosa Mística; Antiga Escola (atual Escola Querubim 1); Antigo Posto de Saúde (atual Escola Querubim 2); Antiga Sala de Confecção de Tapetes (atual Clínica Médica); Antiga sala de Tapete Smirna (atual Sede da CARDI e show room); Antigo Show Room (atual Oficina da CARDI); Antiga Sala de Acabamento (atual Ateliê Jan Gauera); Antiga Cantina (atual Serralheria); Antigas Sala de Escritórios I (atuais Marmoraria, Casa Espírita Viva Luz e Bailare Studio de Dança); Antiga Sala de Escritório II (atual Bailare Studio de Dança e Antiga Casa Lar); Antigas Sala de Escritórios III (Antiga Casa Lar 1); Antiga Portaria (Atual Sorveteria); Antigo Depósito de Materiais (Depósito Totó & Canuto I); Antiga Fábrica de Tela de Rami (Diamante Imagem); e Antiga Oficina de Engomagem (Totó & Canuto II).
Calçamentos de Pedra
É difícil precisar quando a pedra começou a ser utilizada nos calçamentos das vias públicas da cidade de Diamantina. De qualquer maneira, o processo de substituição do chão batido por calçamentos de pedra se intensificou ao longo do século XIX. A primeira aparição da pedra nas vias públicas se deu com aquelas arredondadas, retiradas dos leitos dos rios pela atividade garimpeira, calçamentos popularmente denominados por pé-de-moleque. Depois surgiram as capistranas, caminhos de pedras planas, para facilitar o trânsito dos pedestres. Por último, surgiram os calçamentos de pedras quartzito, as mais comuns na cidade. As pedras vinham de uma pedreira mantida pelo poder municipal na área rural próxima à sede do município. As pedras eram partidas de maneira a ficarem mais planas e melhor adequadas às vias públicas. Eram assentadas nas ruas e praças pelo trabalho dos calceteiros. Para além das vias do sítio histórico, o inventário contempla as seguintes ruas e praças: Avenida Francisco Sá, Rua Barão do Rio Branco, Rua Antônio Felício dos Santos, Rua Antônio Torres, Rua das Monteiras, Rua da Luz até Avenida Silvio Felício dos Santos, Rua Gabriel Mandacarú do nº 350 até Rua da Glória (pequeno trecho remanescente), Rua Pedro Mata, Rua Maria Higina, Rua Farinha Seca de Baixo (trecho remanescente), Rua Caminho do Carro, Rua Abílio Barreto (trecho remanescente), Rua das Violetas esquina da Rua Padre Trindade até Rua Arthur França, Rua Arthur França, Rua Orlandim José Orlando, Praça Dr. Prado até Rua Arthur França, Rua Herculano Pena, Rua Jerônimo Alves, Rua J. Augusto T., Rua Jogo da Bola, Rua do Tijuco, Praça Brasília, Rua Nações Unidas, Rua Sother Ramos Couto, Beco da Paciência, Rua Acaiaca, Rua do Ouro, Beco do Felisberto, Praça Vicente de Paula Fonseca, Rua Laurita Faria e Rua Arraial dos Forros.
Fonte: Secretaria de Cultura e Patrimônio
Autor: Alberis Mafra
Local: Diamantina